Controlo do Peso: como manter o seu patudo num peso saudável

O sedentarismo e o atual padrão de vida da nossa sociedade predispõem à obesidade e doenças crónicas. Tal como nos humanos, nos nossos animais acontece precisamente o mesmo.

A obesidade é a primeira pandemia não infeciosa do século XXI. Se a incidência entre as pessoas aumentou de forma significativa nos últimos anos (mais 15% desde a década de 1990), entre os animais de estimação o crescimento é ainda mais acelerado, tornando-se uma preocupação de primeiro nível para os veterinários.

Estima-se que, nos países mais desenvolvidos, entre 20% e 40% dos animais de estimação sofram de excesso de peso ou obesidade, sendo considerado o distúrbio nutricional mais comum e um dos principais problemas de saúde.

Na grande maioria dos casos de obesidade em animais de estimação, o problema principal é que os cuidadores não têm consciência de que o seu animal está obeso. Não é que promovam conscientemente a obesidade, mas têm hábitos que a favorecem de forma completamente inconsciente.

Que é a obesidade?

A obesidade é uma doença multifatorial, em que a alimentação não é a única responsável, mas sim um conjunto de fatores associados, tais como: a idade, o sexo do animal, o seu modo de vida e a sua alimentação. O excesso de alimento associado à falta de exercício físico é responsável por aproximadamente 95% dos casos de obesidade, sendo os restantes 5% atribuídos a problemas endócrinos.

É considerada uma doença complicada de se tratar, e acarreta com ela outras doenças graves, tais como: a diabetes, patologias articulares, patologias cardíacas, hipertensão, dificuldades respiratórias, entre outras.

Problemas de obesidade em animais

A obesidades não é apenas o aumento da condição corporal que importa, mas sim a predisposição para doenças que surgem com a obesidade. Entre elas destacam-se a diabetes, osteoartrite, patologia do trato urinário, pancreatite, patologia renal, intolerância ao exercício e ao calor, dispneia e muitas outras, implicando a longo prazo uma diminuição da esperança média de vida.

Como saber se o seu animal de estimação está obeso?

O indicador de peso nos animais é o índice de condição corporal (ICC), semelhante ao índice de massa corporal (IMC) nos humanos, mas que considera os diferentes tamanhos e formas que os animais podem ter.

É importante verificar o estado físico do seu cão ou gato. Para isso, toque nas costelas, observe-o de lado e de cima. Consulte a sua equipa veterinária de confiança para compreender qual é o peso ideal do seu animal e determinar se ele está obeso.

Causas da obesidade no seu animal de estimação

A obesidade é um problema muito sério, tanto em animais como em pessoas, e o primeiro aspeto a ter em conta é que a obesidade é uma doença multifatorial. Ou seja, vários fatores estão envolvidos no aumento de peso, incluindo aspetos ambientais, clínicos, nutricionais ou até genéticos.

Alimentação

Muitos animais não sabem regular a quantidade de alimento de que necessitam e, por isso, pedem comida a toda a hora. Como os cuidadores pensam que, se o animal pede comida, é porque precisa, acabam por sobrealimentá-lo, favorecendo a obesidade.

Muitas vezes, os cuidadores acreditam que a comida caseira é melhor do que a ração, comparando-a com a sua própria alimentação. Mais a diferença entre comida caseira e rações comerciais reside na matéria-prima utilizada. Na maioria dos casos, os cuidadores não possuem os conhecimentos nutricionais necessários para preparar uma dieta equilibrada e acabam por alimentar os seus animais com sobras da sua própria comida, frequentemente com elevado teor de gorduras. Este hábito, aliado a quantidades inadequadas, é um fator determinante para o aumento de peso.

Exercício

O sedentarismo também afeta os animais, aumentando o risco de problemas de peso. No caso dos gatos, se estão deprimidos ou apáticos e quase não brincam em casa, tendem a ganhar peso excessivo.

Consulte a sua equipa veterinária para criar um plano de exercícios que ajude o seu animal a recuperar o peso ideal, aumentando o gasto energético e promovendo o desenvolvimento de massa muscular. Existem muitas formas divertidas de incentivar a atividade física do seu gato.

Raça

Algumas raças de cães e gatos têm maior predisposição para a obesidade. Entre os cães, destacam-se: Labrador Retriever, Basset Hound, King Charles Cavalier, Cocker Spaniel, Beagle, Dálmata, Dachshund, Rottweiler, Golden Retriever e cruzamentos relacionados.

Nos gatos, a raça comum europeia de pelo curto, abissínio e siamês são das mais propensas.

Estado fisiológico

Animais esterilizados tendem a ganhar peso facilmente se a alimentação não for controlada. No mercado, existem diversos alimentos e rações formulados especificamente para estes animais, permitindo-lhes desfrutar de uma alimentação saborosa sem risco de excesso de peso. Estudos revelam que a incidência da obesidade é de aproximadamente 15 % nos animais não esterilizados e de 32% nos animais esterilizados.

Estado patológico

Distúrbios endócrinos como hipotiroidismo, hiperadrenocorticismo (síndrome de Cushing) e diabetes mellitus podem provocar um aumento considerável de peso. Além disso, alguns medicamentos, como glucocorticoides, antiepiléticos e anticoncecionais, podem aumentar o apetite.

Sexo

Fêmeas caninas e machos felinos têm maior tendência a ganhar peso. Se cuidar de um gato macho ou de uma cadela, deve ter isso em conta na alimentação.

Idade

O seu animal pode desenvolver obesidade com o envelhecimento. A incidência desta doença é muito maior em animais idosos. Tal como nos humanos, o metabolismo desacelera com a idade, exigindo um controlo mais rigoroso.

O que fazer se o seu animal de estimação está obeso?

Quando recebemos um cão obeso, como profissionais, devemos alertar o cuidador para os problemas associados à obesidade e para a necessidade de emagrecer o animal. Para isso, recomendamos uma ração ou dieta adequada às suas necessidades, indicando também a quantidade diária a ser administrada. Ambas as coisas são essenciais para alcançar o peso ideal.

Ou seja, mesmo com uma ração especial, se não controlarmos os gramas diários, não alcançaremos o objetivo. O mesmo acontece se administrarmos uma quantidade insuficiente de uma ração inadequada, o que pode ser igualmente prejudicial para o animal.

O objetivo será sempre o de regular a saciedade e minimizar as dietas drásticas, favorecendo a massa magra.

 

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