Cuidados para o Verão: Como reagir em caso de Queimaduras ou Golpe de Calor

Queimaduras

Tal como nas pessoas, as queimaduras nos animais também se classificam de acordo com a sua gravidade e extensão:

  • 1º GRAU: lesão superficial que cicatriza em média após 10 dias.
  • 2º GRAU: lesão da pele mais profunda que a anterior. Há perda dos pelos e formação de vesículas (bolhas). A pele cicatriza em mais de 15 dias.
  • 3º GRAU: lesão grave em que toda a espessura da pele é destruída. É um processo muito doloroso e de cicatrização muito lenta.

Causas comuns: agentes térmicos (água ou superfícies muito quentes, fogo) ou agentes químicos (ácidos, substâncias cáusticas).

Casos mais comuns: animais que comem comida caseira muito quente podem ter queimaduras de grau leve na boca; acidentes envolvendo líquidos a ferver que caiem acidentalmente sobre os animais resultam em queimaduras de 3º grau; animais que lambem ou ingerem substâncias cáusticas presentes em produtos de limpeza podem queimar a boca e esófago; choques elétricos podem resultar em queimaduras na boca e língua; queimaduras de sol podem ocorrer em animais de pele e focinho muito claros; queimaduras nas almofadas plantares por andarem sobre asfalto muito quente.

Em caso de incêndios os cuidados primários a ter com os seus animais são semelhantes ao que deve ter consigo, Protege-lo das queimaduras diretas na pele e não esquecer as queimaduras e intoxicação do aparelho respiratório pela inalação de fumo a altas temperaturas.

O que fazer: Queimaduras de 1º e 2º graus podem ser tratados com pomadas cicatrizantes e antibióticas, sob a orientação do médico veterinário. Lavar a lesão com água corrente ou soro fisiológico frio pelo menos 5 minutos, aplicar uma pomada cicatrizante e uma ligadura de gaze até levar o animal ao veterinário.

Se a lesão for de 3º grau, esse procedimento é muito doloroso e, portanto, deve ser feito sob tranquilização ou anestesia, por um profissional. Neste caso, aplique soro fisiológico frio e leve o animal ao veterinário, pois toda a manipulação da queimadura é muito dolorosa.

Queimaduras de sol ocorrem em animais expostos muito tempo ao sol e podem ser evitadas com o uso de um protetor solar sobre a região glabra do focinho ou das orelhas, por exemplo. Evitar a exposição prolongada ao sol em animais de pele e pelos muito claros. Os gatos brancos são especialmente sensíveis à exposição solar.

A utilização de blocos de gelo nas queimaduras está contraindicada, assim como a aplicação de manteiga, margarina ou qualquer outra gordura.

As queimaduras podem ser térmicas, químicas, elétricas ou por fricção.

Nunca considere uma queimadura um acidente “menor”. Por vezes é difícil determinar a extensão da lesão, por isso, mesmo que a queimadura pareça pequena deve dirigir-se o mais rápido possível ao seu veterinário e em casos de maior gravidade monitorizar os parâmetros vitais do animal.

Quais os cuidados a ter para prevenir queimaduras?

Quando estiver a cozinhar, mantenha o seu cão fora da cozinha ou a uma distância de segurança caso esteja a fazer um churrasco ao ar livre.

Mantenha produtos químicos domésticos fora do alcance dos animais, armazenados em locais inacessíveis e quando os estiver a utilizar esteja atento para evitar que o seu cão ou gato tenha contacto com os mesmos.

Proteja-o da exposição solar prolongada e aplique-lhe protetor solar. Não passear sobre o asfalto em horas intensas de calor.

Golpe de calor

Os cães, especialmente as raças braquicefálicas (boxer, bulldog, pug, etc) podem desenvolver um golpe de calor após uma exposição prolongada a temperaturas elevadas. Este desenvolve-se rapidamente e nem sempre é precedido de sinais alarmantes. Se não for tratado de imediato pode provocar alterações permanentes ou até mesmo levar à morte.

Os sinais clínicos mais comuns incluem um aumento da temperatura corporal, ansiedade, respiração rápida e superficial, aumento da frequência cardíaca, vómito, perda da coordenação motora ou até mesmo colapso.

Os procedimentos de emergência até o animal ser visto pelo veterinário incluem:

  • Deslocar o animal para uma zona fresca.
  • Iniciar o arrefecimento ativo – molhar o paciente com água ou envolver o corpo com toalhas molhadas.
  • Não submergir o animal em água fria ou utilizar gelo, já que um arrefecimento rápido pode provocar vasoconstrição e uma consequente inibição da dissipação do calor.
  • Monitorizar a temperatura retal e quando a temperatura atingir os 39⁰.

AniCura Atlântico Hospital Veterinário

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