A infeção ocorre quando o cão entra em contacto com outro animal infetado. Os ácaros vivem durante toda a sua vida sobre o hospedeiro (cão), contudo, alguns destes parasitas caem no ambiente enquanto o cão se coça. Estes ácaros têm a particularidade de poderem sobreviver no ambiente até 3 semanas se houverem condições adequadas de temperatura e humidade, pelo que o ambiente pode ser também um fator de risco no contágio. Este parasita penetra através das camadas exteriores da pele e escava galerias ao nível da epiderme, do que resulta uma sensação intensa de prurido (comichão). Esta doença afeta animais de todas as idades e em qualquer época do ano.
No humano, estes ácaros têm a particularidade de poderem sobreviver cerca de 6 dias, provocando uma desconfortável comichão e umas pequenas e múltiplas lesões papulares avermelhadas, mais abundantes da região dos braços e abdómen.
Sintomas:
A sarna sarcóptica caracteriza-se sobretudo pelo prurido intenso que provoca, ao que os animais respondem coçando, lambendo ou mordendo as zonas afetadas, aparecendo feridas provocadas por auto-traumatismo. As lesões mais comum incluem:
- Erupções papulares (borbulhas)
- Eritema (pele avermelhada)
- Alopécias (queda de pêlo)
- Crostas
- Escoriações
As zonas do corpo mais afetadas numa fase inicial são, a extremidade das orelhas, o contorno dos olhos, os cotovelos ou calcanhares, abdómen ventral, e pescoço. Em situações mais severas de doença, o animal pode apresentar estas lesões por todo o corpo.
Diagnóstico:
O diagnóstico baseia-se essencialmente na história clínica e no exame físico (localização típica e aspeto das lesões dermatológicas). O diagnóstico definitivo obtém-se pela visualização microscópica de Sarcoptes scabiei em amostras obtidas através de raspagens de pele. É ainda possível efetuar a confirmação do diagnóstico através de uma análise de sangue específica.
Tratamento:
Os animais infetados requerem medicação para a eliminação do ácaro (acaricidas), através da administração sistémica ou tópica (banhos) destes produtos. Pode também ser conveniente a instituição de um tratamento de suporte para acalmar a irritação cutânea e para resolver qualquer tipo de infeção secundária. A duração do tratamento varia com a gravidade da situação, mas geralmente não excede as 5 a 6 semanas. Todos os cães que tenham contactado com um animal infetado devem ser submetidos ao tratamento tópico (banhos).
É recomendável evitar o contacto do cão com animais saudáveis, já que se trata de uma doença altamente contagiosa. A limpeza e desinfeção do meio ambiente (canil, objetos, tapetes, roupas) do cão é fundamental para evitar uma reinfestação.